G.O.L.P.
Uma criação do Teatro Experimental do Porto (Portugal) e o Teatro La María (Chile)
Esta peça é uma comédia negra que apresenta uma ucronia, na qual um grupo de chilenos viaja a Portugal, que se converteu na nação comunista mais bem sucedida da História, com a finalidade de pedir ajuda para implementar este modelo de governo na América do Sul e conseguir, finalmente, uma Constituição que possa levar tranquilidade a um Chile assolado pelas constantes crises sociais e pela perda de identidade. No entanto, o regime comunista português trata-os de maneira severa e nega qualquer ajuda a um povo que acreditam estar doente com “os vícios de uma democracia hipócrita”. Os comunistas portugueses preferem preparar as comemorações dos 50 anos da “revolução dos cravos”, que acabou com uma ditadura e deu início a uma nação orgulhosa que pretende ser uma cópia de Moscovo, onde bebem vodka sem parar, agasalham-se ainda que o calor os faça desmaiar e mantêm ligadas máquinas de neve falsa por todos os lados. Sem saber o que fazer, a delegação chilena declara-lhes guerra com o objetivo de render-se no dia seguinte e de poder, desta maneira, ser anexados a Portugal, que será responsável, a partir de agora, pelo destino desta nação sul-americana. Paralelamente, a dias da comemoração dos 50 anos do golpe de estado no Chile, descobre- se uma lista elaborada décadas atrás por um militar que acaba de falecer, com o nome e localização de alguns presos desaparecidos. Divulgar esta notícia significaria um grande sucesso para o governo atual, contudo, o filho do militar falecido decidiu colocar à venda, a um preço alto, cada um dos nomes que aparece na lista. Este trabalho é uma reflexão à volta dos significados (ou da sua perda), de como afetam a vida quotidiana conceitos como ditadura, revolução e paz numa sociedade preocupada com o sucesso desmedido, com as sondagens, com o avançar rumo ao futuro sem se responsabilizar pelo passado e sem valorizar os sacrifícios que significou a luta contra uma ditadura.
- Direção: Gonçalo Amorim, Alexis Moreno
- Dramaturgia e texto: Alexis Moreno
- Tradução e revisão: Tereza Afonso, Mariana Afonso, Maria João Machado
- Revisão final: Filomena Louro
- Interpretação: Alexandra Von Hummel, Pedro Vilela, Manuel Peña, Patrícia Gonçalves, Alexis Moreno, Gonçalo Amorim
- Direção plástica: Catarina Barros
- Desenho de luz: Alfredo Basaure
- Luz: Francisco Alves
- Direção de produção: Patrícia Gonçalves
- Produção executiva: Abigail Raposo
- Coprodução: Teatro La María, Teatro Municipal do Porto
- Agradecimentos: Teatro Nacional São João